segunda-feira, 31 de agosto de 2015

FIGURAS- ALBICASTRENSES NA ÁFRICA OCIDENTAL-O REGRESSO FORÇADO.

AMÂNDIO LUÍS FERREIRA



Foto no Bar da Residencial Davim
Muitos Albicastrenses partiram nos anos cinquenta e sessenta procurando a sua sorte em terras da África Ocidental. A carta de chamada como documento obrigatório dava uma ida para estas paragens sem que houvesse um regresso programado a não ser por curtas férias neste canto árido Trasmontano de nove meses de Inverno e três de inferno. As guerras havidas, a fome que elas criaram, a falta  de emprego e de uma agricultura apenas de subsistência pelo menos para uma boa parte dos habitantes desta terra, nada mais restava que o recurso a deixar a sua terra Natal procurando noutras paragens  o que aqui não se conseguia. Este documento nominal serve em toda a linha para muitos outros casos que em tudo se assemelha sobretudo num pós 25 de Abril de 1974.

                        NOTAS BIOGRÁFICAS DE UM CONTERRÂNEO-ALBICASTRENSE

Amândio Luís Ferreira,nasceu nesta Freguesia de Castelo Branco Mogadouro a sete de Outubro de 1933, filho de António Augusto Ferreira e de Maria Amélia Carvas, neto paterno de António Augusto Ferreira e Maria Cândida Neto e neto materno de António Azevedo e Maria dos Santos Carvas, Aqui aprendeu a arte de sapateiro profissão que exerceu até à sua ida para Angola em 1956.  Em Luanda  exerceu ainda a sua profissão numa fábrica de calçado, seguidamente na Fazenda das três Marias,  e daqui  para o Alto do Linfune outra fazenda do mesmo patrão actividade, um pouco mais tarde foi  para o Quixixo. Passou ainda pelo Casondo, novamente Linfune e Luanda onde em 1976 embarcou para Lisboa, Odivelas onde veio estabelecer-se na restauração.
 Sem ter constituído família regressou a Castelo Branco sua terra Natal, tendo durante  vinte e nove anos trabalhado no Bar da Residencial Davim - Mogadouro onde era estimado pelos seus proprietários e clientes, Aposentado reside na sua aldeia.

                                      Pequenas lembranças de um passado  ilustrativas do seu percurso










                   

Isaías Cordeiro



segunda-feira, 24 de agosto de 2015

LUGARES- QUINTA DA RODELA - CASTELO BRANCO-MOGADOURO


                ADEGA DA RODELA, A MERENDA E O RITUAL DE TODOS ANOS.




A Quinta da Rodela situa-se a nascente da da freguesia de Castelo Branco Mogadouro e o nome tem a ver com a designação  cadastral da zona onde artigos rústicos e  um urbano se situam. Em termos  gerais é constituída por terrenos com aptidão para a cultura de cereal, batata, feijão  entre outros. Possui também vinha, olival, amendoal, uma vasta gama de  outras árvores de fruto e uma grande  área de pinhal manso, sobreiro e azinheira.Sobressai na vasta Olga um  acipreste  de longa idade exemplar único por estas bandas e não falta um pombal símbolo de casa senhorial. A adega construída talvez nos fins do século dezoito ao nível do rés do chão cavada na rocha, chão lajeado e a cúpula  oval  revestida com cerâmicos de fabrico manual. É seu proprietário Heitor Pires natural desta freguesia e aqui trás os seus amigos  ao longo do ano desfrutando momentos de amizade. Seguramente é este Albicastrense um dos mais apaixonados  pela sua terra Natal e pelo sossego deste pedaço do Nordeste Trasmontano.



















Isaías Cordeiro

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

SUBSIDIO PARA HISTÓRIA DE OBRAS ABANDONADAS NO CONCELHO DE MOGADOURO



                                     RESSORT DE VILA DE ALA- MOGADOURO

Poder-se-há  perguntar, porque se anunciam com pompa e circunstância obras de vulto,investimentos de muitos milhares e milhões de euros em parte do erário público, fundos perdidos e financiamentos de instituições bancárias  e num ápice são abandonadas? Não se compreende! Publicitam-se  nas televisões na Rádio, jornais ou seja em toda a comunicação social complementadas com altos vídeos que enchem o olho a qualquer interessado no desenvolvimento deste Nordeste Trasmontano. Foi assim com o Solar dos Pimenteis  na Freguesia de Castelo Branco que em nada diverge do Ressort de Vila de Ala e de outros empreendimentos que me abstenho de aqui mencionar. No caso do Solar dos Pimenteis em Castelo Branco no seu estado actual é arrepiante! Os anos vão passando e nada de novo acontece a não ser  o crescimento das  silvas e a total degradação do Solar e de todas as infraestruturas construídas antes do total abandono.  Perde-se um património que sempre fez história  ao logo de muitos anos, na linhagem dos Pimenteis  e no dos aqui habitantes que tão orgulhosamente descreviam esta bela edificação, não foram apenas os Albicasrtrenses, o modesto povo, foram-no também muitos  homens de letras e da cultura sobejamente conhecidos.
 É caso para perguntar, onde para o dinheiro do financiamento destas obras que se  diziam ser o motor de desenvolvimento desta região?  A quem  pedir responsabilidades ? Saber até se sabe mas parece haver cumplicidade de tal forma que poucos ousam falar sobre este e outros assuntos. Vamos  assistindo silenciosamente  até ao cair da ultima pedra! Forças para mais não há! Que prevaleça ao menos um pouco da história e haja vontade de a contar  aos netos se por ventura se reuniram um dia e se aconchegarem em volta da lareira nos frios Invernos deste Nordeste Trasmontano.





Isaías Cordeiro